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O meu filho não para quieto!

Atualizado: 30 de nov. de 2023

Pistas para uma melhor compreensão dos sinais


"Há um mundo a ser descoberto em cada ser humano.

Há um tesouro escondido nos escombros das pessoas que sofrem.

Só os sensíveis e os sábios os descobrem"

Augusto Cury


É frequente na consulta de Aconselhamento Parental surgir o desabafo sentido, "O meu filho não para quieto. Está sempre com as pilhas carregadas. Parece que tem picos quando tenta estar sentado!"

Crianças agitadas e barulhentas são cada vez mais frequentes desde o Jardim de Infância, desafiando estatísticas e paciências de adultos. Teremos que, de olhos e coração atentos, diferenciar o que é uma imaturidade e alegria próprias de uma certa idade, do que poderá ser uma incapacidade de controlo ou um pedido de ajuda.


E aí precisamos de ouvir os vários intervenientes no quotidiano da criança, escola e família, fazer um levantamento dos comportamentos e hábitos prevalecentes. Também em consultório é possível observar a criança, quando entra num espaço novo, se observa, explora e mostra curiosidade ou se apresentam uma irrequietude interna, uma curiosidade desassossegada.


Este tipo de comportamento poderá surgiu desde cedo, pelos 3 anos, e poderá ser pronúncia de algo mais grave, já em fase de idade escolar. Junto dos pais poderemos aconselhar estratégias comportamentais, logo desde a idade pré-escolar, como rotinas bem determinada, aprendizagem de jogos engraçados que estimulam a concentração e participação em atividades de grupo, para que a criança aprenda a comportar-se no grupo e facilite a entrada para o ensino básico.


Em crianças mais velhas, pelos 7 ou 8 anos, esta agitação poderá ser muito perturbadora quando os adultos (pais e professores) esperam que consiga manter-se em silêncio, esperar pela sua vez, permanecer sentado. Aí vem o registo de queixas da escola, da falta de atenção, da resposta antes de ouvir ou de falar por cima dos colegas. Também no recreio podem surgir queixas, os desacatos, os confrontos, as brigas, os colegas fogem dele, a criança sente-se isolada, rejeitada. Em casa é difícil mante-lo sentado para terminar os trabalhos de casa, tudo serve para se distrair.


Poderemos nesta idade suspeitar de uma perturbação de hiperatividade e défice de atenção se:

  • A criança é excessivamente irrequieta, não consegue fixar-se numa atividade. Mesmo em atividades agradáveis como ver televisão, não consegue estar muito tempo sentada, mexe pés e mãos, fala por cima dos outros ou do que está a ouvir;

  • Com os colegas, é ela que gosta de mandar e tem dificuldade em aceitar as regras dos outros, mas pode meter-se em brigas para defender um amigo;

  • No jogar à bola, ou brincar com os colegas tem dificuldade em controlar força e movimentos, é descoordenada;

  • Nas aulas, interrompe os professores, querendo ser a primeira a responder, tendo dificuldade em esperar pela sua vez;

  • Poderá estar muito sossegada na sua cadeira, mas distraída em relação ao que se passa na sala de aula;

  • Os trabalhos de casa demoram horas: revela dificuldade em focar a sua atenção e realizar os exercícios de seguida. Está sempre a encontrar desculpas para interromper o que faz, levantar, ir comer, são desculpas para não fazer.

Se estas suspeitas se concretizam, torna-se fundamental encaminhar a criança para um técnico especializado que possa fazer uma avaliação e um diagnóstico, na medida em que, quanto mais cedo se perceber o porquê desta agitação / dificuldade, mais rapidamente se adequam os apoios na escola e na família, evitando os comentários pejorativos ou o estigma de "miúdo mal comportado".


 

Por outro lado, alguns destes comportamentos de desatenção e agitação psicomotora poderão estar presentes em situações em de não integração no grupo de pares, ou mais grave, a existência de comportamentos de bulling entre os colegas são dirigidos à

criança.


Se o seu filho manifesta alguns dos seguintes sinais será importante recorrer aos apoios da escola, sinalizando a situação:

  • Desinteresse pela escola, manifesto em não querer levantar cedo, querer sair de casa ou pedir para ficar em casa, sem estar doente;

  • Isolamento dos colegas, referir que não tem amigos, não tem com quem brincar, ou brincar isolado;

  • Material escolar ou roupa frequentemente estragados, sinais de que existem brigas entre colegas, mais intensas e violentas que o esperado nesta idade (pela intensidade e frequência);

  • Choro e tristeza sem motivo aparente, quando a criança chora sem motivo aparente, mas se recusa a falar ou a acusar alguém;

  • Baixa autoestima, quando é frequente falar que não consegue, não é capaz ou não é inteligente;

  • Irritabilidade e agressividade frequentes, se surgem ataques de impulsividade, agressividade e raiva, sem um motivo aparente;

  • Somatização da ansiedade em sintomas como dores de cabeça, dores de barriga, perda de apetite;

  • Fraco desempenho escolar sem motivo aparente associado a uma maior distração ou inquietação em sala de aula.

Eventualmente, é possível que a criança tenha brigas ou discussões na escola. Como são situações isoladas, isso não é caracterizado por bullying. Porém, pode evoluir para esse cenário se a criança relatar ou viver episódios repetidos, sinalizando insegurança, tristeza e baixa motivação perante o contexto escolar.


Converse sempre com a criança e, estimule a que esta se abra, sem julgar ou apontar erros. Caso confirme essa situação, vá até à instituição de ensino e converse com a direção. Procure conversar também com os professores, porque eles vão relatar o comportamento da criança em sala de aula. Além disso, comunicando os docentes o ocorrido, eles podem estar mais atentos e, então, conversar com toda a turma para evitar as agressões.


Em alguns casos, pode ser necessário o acompanhamento de um terapeuta. Recorra a ajuda especializada sempre que identifique sinais de perturbação emocional. O importante é garantir que seu filho consegue superar essas adversidades e evitar problemas futuros no seu desenvolvimento emocional.


Lembre-se de que pais e escolas devem trabalhar em conjunto para oferecer um melhor contexto educativo aos nossos jovens, o que inclui a prevenção, a identificação e a resolução de problemas como esse.


(leia e partilhe esta informação, a sua ajuda é importante)


Ana Paulico

(Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde)







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